domingo, 9 de setembro de 2012

Conquista



Posso chegar mais perto, só um pouco? Posso dizer que te amo, bem perto do teu ouvido?Posso te abraçar, com todo o fervor que eu sempre quis? Posso tocar teu rosto, com meus lábios? Posso provar o doce sabor da tua boca, e nunca mais parar? Posso fazer com que você se entregue a mim, da mesma forma que me entreguei pra você? Não me responda. Sei que você não tem mais fôlego. Então deixe me descobrir por mim mesmo, agora.

Luz


Se você adentra tanto à escuridão, quando for buscar a luz para a salvação será repelido e afastado assim como uma sombra.

Evoluir

Está tudo quase de cabeça para baixo, não entendo o que acontece dentro de mim para me deixar assim. Sinto-me perdido em um território que eu conheço bem, eu mesmo. Mas, acho que isso se chama evolução: o momento que tudo muda sem deixar de ser o que realmente é.

Crônica de Carnaval

  

Carnaval: festa, calor e curtição. Mas choveu. A goma molhou. E as pessoas viajaram.
Todos os anos ao chegar essa data, fico mais cauteloso, afinal nunca se sabe quando vai aparecer um amigão daqueles que tacam um ovo sem dó, nem piedade, em sua cabeça ou em vez disso te deixa mais branco que uma alma penada - é tanta goma que daria para fazer tapioca para o resto da vida. Quando saio e vejo aquelas pessoas guerreando com a farinha da mandioca (até mesmo com ovo e ainda as espuminhas de sabão), vem me uma aflição, talvez alguns desses venham me dizendo "está na rua é pra se melar!", por mais que essa alegação seja um pouco sem lógica (por onde eu andaria a não ser pela rua?), não daria tempo de contesta-lo.
Porém parece que nesse ano as coisas foram um tanto que diferentes. O sol tão esperado ainda não veio, em vez disso caiu um pé d'água e ficou um frio danado. O mela-mela ficou somente por parte das crianças que nunca vêem problema em se divertir, mas por fim acabou se tornando um banho de chuva. As pessoas que mais faziam festa por aqui, viajaram. Antes vinham mais gente, agora vão. A única coisa que talvez não mude seja a programação da TV que fará a cobertura completa do carnaval e depois dos desfiles terá a tradicional votação, "Escola Fulana de Tal: dez!". Embora eu tenha fé em encontrar uma emissora que passe algo de diferente. Nada contra carnaval, apenas não gosto de ver a mesmo coisa 24h por dia, nem mesmo o BBB.
Sendo diferente ou não, o importante é curtir o carnaval com consciência, usufruindo de cada estante dele na forma que mais gostar, mesmo que você não goste dele. Chegando na quarta-feira de cinza, voltando para a rotina normal e, pra quem festejou bastante, aproveitar a maravilhosa ressaca carnavalesca.

Suspeitos

  O banco foi roubado.
  Havia três pessoas no carro preto, o motorista olhou pelo retrovisor e viu uma viatura da polícia se aproximar com a sirene ligada.
   — Encostem o carro agora! — Ordenou um dos policiais pelo alto-falante, e, em seguida, prosseguiu dizendo para o rádio — Encontramos um carro suspeito que se encaixa na descrição.
   — Será que fizemos alguma coisa errada? — Disse uma mulher sentada no banco da frente do veículo preto.
   — Acho que não, Marta. — Respondeu um homem no banco detrás.
   Logo o carro preto parou num canto da estrada. Em seguida, dois policiais, saíram da viatura.
   — Desçam do carro. — Disse o oficial.
   Os três praticamente pularam para fora do carro. Marta estava aflita e visivelmente nervosa. Os homens pareciam mais calmos.
   — Carteira de motorista e documentos, por favor. — Falou o policial Bernardo — Sergio? Esse é seu nome?
   — Sim, senhor. — Respondeu Sergio.
   — Vocês dois, documentos — prosseguiu —, Marta e Lucas?
   — Sim, senhor. — disse Lucas.
   — É... Sim, senhor. — Marta tremeu.
   — Onde está o dinheiro? — perguntou Bernardo.
   — Do que você está falando? — Sergio se assustou.
   — Do roubo ao banco! Três ladrões encapuzados roubaram o banco e fugiram num carro preto e do mesmo modelo do que o de vocês.
   — Não fomos nós! — exclamou Marta com um pouco de suplicia na voz.
   — Não me faça de tolo! Marcos — Bernardo olhou para o outro policial — reviste-os.
   Marcos revistou cada um dos suspeitos, menos Marta. Porém essa alegou não ter nenhuma arma e mostrou os bolsos que estavam todos vazios.
   — Estão todos limpos. — Disse Marcos.
   — Agora reviste o carro. — Falou Bernardo.
   — Ai, não... — suspirou Marta.
   — Vamos ver se não encontramos alguma coisa. — Insistiu o policial Bernardo.
   — Cara, ele já disse que não fomos nós, não precisa disso! — Protestou Lucas.
   Bernardo encarou Lucas nos olhos, mas nada disse.
   Marcos revirou o carro de ponta cabeça, porém não encontrou nada suspeito. Então, ele se aproximou do porta-malas.
   — Não! — Marta deixou escapar.
   — Calma Marta! Vai dar tudo certo... — Murmurou Lucas.
   — Já dissemos que não estamos com dinheiro nenhum! — Exclamou Sergio.
   — Continue Marcos. — Disse secamente Bernardo.
   Marcos abriu o porta-malas e deu de cara com uma mala e algumas roupas pretas.
   — Veja o que tem dentro da mala. — Mandou Bernardo.
   — Está trancada. — Resmungou Marcos.
   — Onde está a chave? — Gritou o outro policial.
   Sergio começou a procurar a chave em suas roupas de forma nervosa e disse:
   — Acho que perdi, não estou encontrando!
   — Deixem de brincadeira! — Berrou Bernardo.
   — Não estamos brincando. Não foi agente que roubou o banco! — Retrucou Marta.
   — E essas roupas? E a mala? — Indagou Marcos.
   — Nós somos atores... atores. Estávamos fazendo uma pe-pe-peça... — gaguejou Marta.
   — Dentro da mala tem outras roupas. — Completou Lucas.
   — Chega! Vamos todos para a delegacia!
   Os suspeitos ficaram meio hesitantes.
   Na delegacia, cada um deu seu depoimento:
   — Vocês tem álibi? — Questionou o delegado.
   — Claro, temos uma nota fiscal de um posto de gasolina na hora do roubo e os funcionários de lá podem nos reconhecer. — Respondeu Marta.
   — Por que vocês não disseram isso para o policial?
   — Ele não perguntou. — Dessa vez Lucas.
   — E a mala? — Interrogou o delegado.
   — Pode arromba-la. — Permitiu Sergio.
   Dentro da mala havia somente roupas.
   — Estão liberados, desculpem pelo o transtorno.
   Eles saíram às pressas da delegacia.
   — Ufa! Ainda bem que ocorreu tudo bem. — Marta deu um suspiro.
   Sergio pegou seu telefone celular e discou um número.
   — Deu tudo certo. Vamos dividir o dinheiro do roubo em seis partes iguais, nós três que se passamos por vocês e vocês, os ladrões. Mas, claro, tudo graças ao carro que era idêntico ao de vocês. Podem sair do esconderijo e sigam exatamente a nossa rota, ela está livre de policia agora, mas tenham cuidado.
   A voz do outro lado da linha disse alguma coisa e desligou.
   — Somos ótimos atores. — sussurrou Lucas com um sorriso malicioso.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Felicidade

Quem diria? A felicidade tão perto de mim esse tempo todo e eu nunca notei. Meus olhos sempre estavam apontados para o longe, pois pensei que seria dificil encontrar o que me faz bem, mas não, aqui estava você sorrindo como se eu fosse o garoto mais bonito desse mundo, me abrançando como se quisesse nunca mais me soltar. E aqui estou eu, seduzido pelo teus labios e fincado em teu beijo. Mas, quem diria? A felicidade tão perto de mim e eu nunca notei.

Vislumbre

Pensei ter visto o vislumbre da coisa mais bela desse mundo quando você segurou minha mão, a enorme luz detrás das suas feições não me permetiam compreender bem seus traços, ainda assim eles pareciam muito bonitos. Mas, então, você escondeu o sol, apagou a luz forte e eu pude ver: um alguém comum com anseios, medos e amores, como qualquer outra pessoa.